Adrenalina – um veneno para a performance profissional
A adrenalina, para muitas pessoas, é vista como um potencializador de nossas capacidades. Nos deixa mais atentos, focados, fortes, entre outros fatores que podem nos dar a impressão de que quanto mais ela estiver no nosso corpo, melhor, inclusive para nossa performance.
Grande engano, que vou tentar explicar do ponto de vista biológico e psicológico.
A fisiologia
Do ponto de vista biológico, a adrenalina é um hormônio fundamental para os momentos de perigo real. Quando um animal pode nos atacar ou um ladrão ameaça nossa casa. Com ela, todos os nossos pensamentos, sentimentos e ações focam em um único objetivo, salvar-se ou atacar o perigo.
Neste momento, é impossível parar para refletir se haveriam outras possibilidades mais inteligentes, observar se o perigo vem mesmo na sua direção ou não, se é sua responsabilidade lidar com ele, etc, etc. O foco é fugir ou lutar.
Passado o perigo, em uma pessoa saudável, os níveis de adrenalina voltam ao normal e a pessoa retoma a capacidade de perceber as situações de forma ampla e completa.
Do ponto de vista psicológico, o que ocorre no ambiente de trabalho é que supostos perigos são encadados como ameaças tão reais como os exemplos que dei acima. “Um email mal educado”, “O risco de perder uma venda”, “Alguém que não cumpriu prazos”; tudo o que incomoda nossa estabilidade emocional ou que sai do nosso controle e gera algum tipo de risco, ativa o mesmo mecanismo de defesa de um perigo real.
A adrenalina sobe e passamos o dia em um estado de Luta/Fuga como se o trabalho fosse uma constante briga pela sobrevivência. Você pode até racionalizar dizendo que “sabe” que isso não é assim, mas seu emocional sente como se fosse, sua biologia responde ao seu emocional e você chega em casa exausto.
Além do cansaço, este estado te impede de olhar as situações de forma ampla e você acaba desenvolvendo algumas “reações de escape”, ou seja, comportamentos automáticos que você acaba sempre usando para tentar apagar aquele incêndio e partir para próxima suposta ameaça.
Os três comportamentos da Adrenalina
Os três comportamentos básicos são a agressividade, a submissão e/ou a desconexão do problema. Enderecei estes comportamentos em uma live sobre agressividade que está disponível no meu blog : https://www.heitorgfagundes.com.br/post/live-30-01-20-agressividade-no-ambiente-profissional
Por outro lado, quem encara esta situação e aprende a lidar com este ciclo, passa a ter uma vida profissional muito mais proveitosa, verdadeiramente satisfatória e produtiva, sem necessariamente ter que mudar de emprego.
Este tipo de aprendizado não precisa ser doloroso, nem é necessária uma profunda terapia. Basta receber as instruções corretas e treinar, recair, treinar mais um pouco até que, lentamente você transforma sua vida.
Grande abraço,
Artigo publicado pelo nosso convidado Heitor G. Fagundes – Psicoterapeuta e Consultor de RH